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A Noite em que Malunguinho Salvou a Aldeia



Era madrugada.

O silêncio da floresta era quebrado apenas pelo som dos ventos entre as folhas.

A aldeia dormia, mas Malunguinho — espírito guerreiro e guardião do mato — já sentia a vibração estranha no ar.

Os invasores se aproximavam.

Vinham com olhos de ambição, pés pesados e corações endurecidos.

Queriam tomar a terra sagrada, arrancar as raízes da cultura, silenciar os tambores e apagar o brilho dos encantados.

Mas Malunguinho não permitiria.

Montado em seu cavalo encantado, ele surgiu entre a neblina, corpo fechado e firme como um tronco de gameleira.

Com um estalo de seu chicote espiritual, acordou os ventos, moveu as folhas e chamou os espíritos da mata.

As árvores se fecharam como muralhas vivas.

Os caminhos se perderam no breu.

O medo invadiu o coração dos invasores como fumaça que sufoca.

Eles tentaram avançar, mas cada passo era um erro.

Cada som da floresta era um aviso.

Malunguinho apareceu diante deles — olhos de fogo, corpo envolto em luz.

Ele não precisava gritar: sua presença dizia tudo.

Ali era território sagrado. Ali reinava a força ancestral.

Assustados e confusos, os invasores recuaram.

Nunca mais voltaram.

Na aldeia, os anciões acenderam velas, o tambor tocou sozinho, e o cheiro do cachimbo sagrado subiu aos céus.

Era gratidão. Era vitória.

Até hoje, quando a mata canta diferente, os mais velhos dizem:

"É Malunguinho, patrulhando sua estrada. Protegendo os seus. Guardando a liberdade."

🖤✨ Sobonire mafa, Malunguinho! Viva a força dos encantados! ✨🖤







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