A Noite em que Malunguinho Salvou a Aldeia
- Juremeiro Deluca
- há 6 dias
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Era madrugada.
O silêncio da floresta era quebrado apenas pelo som dos ventos entre as folhas.
A aldeia dormia, mas Malunguinho — espírito guerreiro e guardião do mato — já sentia a vibração estranha no ar.
Os invasores se aproximavam.
Vinham com olhos de ambição, pés pesados e corações endurecidos.
Queriam tomar a terra sagrada, arrancar as raízes da cultura, silenciar os tambores e apagar o brilho dos encantados.
Mas Malunguinho não permitiria.
Montado em seu cavalo encantado, ele surgiu entre a neblina, corpo fechado e firme como um tronco de gameleira.
Com um estalo de seu chicote espiritual, acordou os ventos, moveu as folhas e chamou os espíritos da mata.
As árvores se fecharam como muralhas vivas.
Os caminhos se perderam no breu.
O medo invadiu o coração dos invasores como fumaça que sufoca.
Eles tentaram avançar, mas cada passo era um erro.
Cada som da floresta era um aviso.
Malunguinho apareceu diante deles — olhos de fogo, corpo envolto em luz.
Ele não precisava gritar: sua presença dizia tudo.
Ali era território sagrado. Ali reinava a força ancestral.
Assustados e confusos, os invasores recuaram.
Nunca mais voltaram.
Na aldeia, os anciões acenderam velas, o tambor tocou sozinho, e o cheiro do cachimbo sagrado subiu aos céus.
Era gratidão. Era vitória.
Até hoje, quando a mata canta diferente, os mais velhos dizem:
"É Malunguinho, patrulhando sua estrada. Protegendo os seus. Guardando a liberdade."
🖤✨ Sobonire mafa, Malunguinho! Viva a força dos encantados! ✨🖤
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